sábado, 19 de novembro de 2011

Nova York!! Não!!!Deve ser na Síria ou na Líbia!


A cantada e decantada democracia estadunidense já não é mais a mesma. No vídeo, as imagens da nova New York, agora envolta nas brumas cinzas da brutalidade policial e do deficit crescente nos direitos e garantias individuais e coletivas (para usar o jargão economicista da banca).

Os Estados Unidos e a Eurolândia estão com os quatro pés na esteira do regressismo civilizacional. Quando a dupla do barulho Merkozy (Merkel + Sarkozy) afirma, num jogral sinistro - sem enrubescer - que "o processo eleitoral, agora, seria muito perigoso", tudo fica envolto na incerteza, subsumido ao caos financeiro que destroi as relações sociais e nos joga para o passado, que supunhamos que havíamos superado.
(Pescado no Diário Gauche )

ON THE ROAD!!

         

         Tem livros ou filmes que marcam a nossa vida, não sabemos bem porque, mas vão forjando a nossa identidade, vou citar alguns escritores que fizeram isto comigo. Vamos começar com o Jack Kerouac , até porque, está para estrear o filme On The Road, dirigido pelo Walter Salles.
        O livro narras as aventuras de Sal Paradise e Dean Moriarty e embora seja uma obra de ficção, todos os personagens e acontecimentos de On the Road são reais. Na realidade o filme começou mal tendo a Kristen Stewart como Marylou, mas tudo bem, vamos aguardar.
        Escolhi algumas frases do Eduardo Bueno ,o Peninha, para ilustra o que penso, afinal o cara atravessou os EUA de leste a oeste  de carona e visitou o túmulo do Jack. Todas foram retiradas da Introdução da edição da L&PM Pocket.  
...que escutara pela primeira vez na boca de Herbert Huncke, marginal homoxessual que fazia ponto em Times Square, NY, para Huncke, beat definia um estado de “exaltada exaustão“, mas Kerouac logo percebeu as múltiplas ressonâncias da palavra, que significa simultaneamente “batida” no ritmo musical , “porrada“ no sentido de golpear, “exausto“, “trajeto ou trilha“ e até “botar o pé na estrada“ ( beat the way ), expressão, aliás, muito usada por outro Jack, o London.
 “A versão original de On The Road  havia sido escrita entre 9 e 27 de abril de 1951 num rolo de papel para telex, num total de quarenta metros ininterruptos de prosa em espaço um sem parágrafo, com Kerouac  aditivado por doses colossais de benzedrina...”
...Kerouac empenhou-se em forjar uma nova prosódia, capturando a sonoridade das ruas, das planícies e das estradas do EUA, disposto a libertar a literatura  norte-americana de determinadas amarras acadêmicas e fórmulas européias.. O livro traz também ressonâncias de Jack London (em especial do vigoroso conto chamado....The Road) e de Mark Twain (em Huckleberry Finn)
...sua avalanche  palavras, imagens, promessas, ofertas, visões e descobertas acabaram por tornar On the Road exatamente aquilo que a palavra chavão define como “a bíblia de uma geração“.
Bob Dylan fugiu de casa depois de On the Road. Chrissie Hynde dos Pretenders, e Hector Babenco também. Jim Morrison fundou o The Doors...
...na verdade,  a explosão hippie dos anos 60 for interpretada como uma conseqüência indireta de On the Road  - o que não constitui um exagero –
Difícil imaginar a obra de Sam Shepard, de Bob Dylan, de Lou Reed, de Tom Wolfe, de Wim Wender, de Neil Young, de Bono, de  Gus Van Sant sem On the Road. Todos eles pagam tributo à franqueza fluídica e generosa do católico louco e místico que viu a luz nos trilhos e trilhas da América.

Na realidade estou começando de trás para frente pois os dois autores a seguir tiveram grande influência na obra de Kerouac, porém , não tiveram a repercussão que mereciam, pelo menos entre nós.
Também da L&PM

          Em julho de 1845, desgostoso com o crescente comercialismo e industrialismo da sociedade americana, Henry David Thoreau (1817-1862) deixou Concord, Massachusetts, sua cidade natal para instalar-se à beira do Lago Waldem. É o relato de dois anos, dois meses e dois dias em que o autor viveu apartado da sociedade dos homens, suprindo suas próprias necessidades, estudando, contemplando a natureza e conhecendo-se a si mesmo.
        Esta obra não somente relata a estadia do autor na floresta, ele  analisa e condena a sociedade capitalista do século XIX, mas também incita o espírito crítico genuíno do leitor e leva-o a uma reflexão profunda acerca dos modos de vida, propondo-lhe novas perspectivas sobre o conceito de Liberdade e o da própria Vida.


“ Fui para os bosques viver de livre vontade
Para sugar o tutano da vida...
Para aniquilar tudo o que não era vida,
E para, quando morrer, não descobrir que não vivi! “
 Henry David Thoreau
Vou fazer o que , as frases seguintes também são do Peninha.
 “É como se ele adivinhasse que, um século e meio mais tarde, Walden, iria se transformar  de tal forma na bíblia do movimento preservacionista – bem como no manual  da desobediência civil e no livro de cabeceira dos rebeldes cheios de causas...”
 “Com efeito, em tempos de discurso ecológico lustroso , mas vazio – de supostas preocupações com “desenvolvimento sustentável“ anunciadas por conglomerados que , enquanto puderam destruiram tudo a seu redor; de comerciais de veículos “ecológicos“ 4X4 patrolando dunas e riachos; de aventuras na natureza programadas para executivos estressados em busca de um novo “modelo de gestão“, de ecovilas, eco sports, eco resort; em tempos de roupas esportivas trajadas por turistas mesmo que estejam apenas subindo a torre Eiffel de elvador ou voando em jatinhos para alguma ruina maia - , Thoreau haveria de odiar, e trataria de afrontar a maioria dos que dizem seus admiradores. Thoreau era sua própria bússola – e jamais perdeu o norte.”   
“ ...embora tivesse estudado em Harvard, não tinha ocupação fixa: fazia apenas bicos e lápis na pequena fábrica da família. O que ele buscava , o dinheiro e os ofícios não podiam comprar. Thoreau dizia ser “supervisor das tempestades”, “das trilhas das florestas” e “pastor de animais desgarrados.”  
Não tem como não gostar deste cara, não é verdade!


Edição do Círculo do Livro, lembram?
        
           Para finalizar vamos falar de outro Jack. Jack London (1876m- 1916 ) nasceu na Califórnia. Foi escritor , jornalista e lutou pelo direitos dos trabalhadores. Embora não tenha vivido mais de quarenta anos, levando uma existência agitada, com numerosas e longas viagens e aventuras. Frequentou a escola até os 14 anos, depois foi jornaleiro, pescador de ostras, lavador de roupas, e outras coisas. Aos 16 vai ao Japão, a bordo de um veleiro para caçar focas no mar de Bering. Mais tarde foi atrás de ouro em Klondike, no Alasca. Estas e outras odisseias vividas pelo autor serviram de base para alguns dos  maiores clássicos da literatura norte americana, como "Caninos Brancos", "O Chamado da Floresta", e o "Lobo do Mar".  Diferentemente de muitos escritores reverenciados na nossa Feira do Livro, que fazem viagens turísticas ou profissionais e publicam suas histórias, os autores citados escreveram sobre suas vidas e suas ideias, e acabaram influenciando toda uma geração.
         Para terminar nada melhor do que ouvir o Eddie Vedder com Rise da trilha do filme "Na Natureza Selvagem."

          




sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Enxurrada em Porto Alegre!!

     Moro na Rua Ângelo Crivelaro há mais de quinze anos adoro meu bairro, porém, quando chove um pouco mais forte,  a rua se transforma num rio (quando iniciei a filmagem a água já estava baixando). Carros são arrastados, toneladas de lixo descem a rua e felizmente até hoje não aconteceu um acidente grave, porque a força da água pode tranquilamente levar uma pessoa! No ano passado a prefeitura terminou  uma obra na Cristiano Fisher, lembram? Foram anos de transtorno, não adiantou nada, como mostra o vídeo.