quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Trilha em Arroio do Meio! Morro Gaúcho Dia 21/08/11

Início da Jornada



Condomínio
 Rio Taquari



Local do Almoço!Tá bom?


O Local é uma pedreira abandonada e que agora virou ponto turísitco da região, existe
acesso de carro, nós optamos por subir pela trilha e voltar pela estrada.


Ops!!!Não fez parte da trilha mas estava no trajeto, fazer o que!!!!

Novamente fui com o pessoal da Trilheiros, querendo conferir é só entrar no site http://www.trilheirosdosultrk.com.br/

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O LIXO NOSSO DE CADA DIA.

            Comecei a escrever este texto no ano passado, neste meio tempo algumas coisas mudaram, porém, as idéias continuam valendo. Foi implantada a nova coleta do lixo orgânico em Porto Alegre, para mim, um grande avanço! Precisará de alguns ajustes operacionais da população e do poder público, mas tem tudo para dar certo!

  Como educador e ambientalista tenho me preocupado muito com as políticas de gestão de resíduos em nossa sociedade. Os resíduos que cada um produz estão diretamente ligados ao seu modo de vida, ao que pensa sobre o seu próximo, como encara as relações com o meio ambiente e, principalmente, com sua perspectiva de futuro para o nosso querido planeta e dos nossos descendentes. Sem exageros: “mostra-me o teu lixo e eu direi quem és”! Um pouco dramático, não? Mas, podemos entender por que.
              Nosso problema se agravou na revolução industrial que, aliás, serve como marco do início da destruição do nosso planeta. Até então, os resíduos produzidos pelos humanos não chegavam a interferir no meio ambiente, porém com a produção em larga escala e, com o advento do consumismo, isto se tornou um problema em escala mundial.  


O LIXO E O LIXEIRO
              Primeiro, precisamos rever alguns conceitos: o termo lixo vem do latim “lix” que significa “cinzas”. As cinzas produzidas em uma fogueira e mais tarde nos fogões são resíduos produzidos desde a descoberta do fogo e sempre estiveram presentes durante o processo de desenvolvimento da humanidade, porém, a nossa infinita capacidade de produzir resíduos atingiu níveis  insustentáveis nos últimos 100 anos. Estatisticamente falando, um americano produz em média, 2 kg de resíduos por dia; a média de um brasileiro gira em torno de 500g.
              O lixo, ao longo dos últimos anos, teve seu significado associado à sujeira, à imundície, àquilo que deve ser jogado fora. Porém, tecnicamente, o lixo é definido como resíduo e, diferentemente da sua definição popular, quase todo resíduo pode ser reaproveitado ou adequadamente descartado, principalmente aquele produzido em nossas residências, escolas, escritórios, etc..
               Consta a nosso favor que “os resíduos não são uma anomalia da natureza e não precisam ser vistos em si como algo anatural, artificial, exclusividade do homem moderno. Algumas espécies de formigas, as fungicultoras, cultivam fungos em suas colônias e dispõem os resíduos produzidos dessa atividade em aterros fora da colônia ou em câmaras especiais  dentro do ninho”.1 (pág. 29)

               Outra questão emblemática é a forma como definimos o nosso papel na gestão dos resíduos. Crescemos chamando os homens que correm pelas ruas diariamente, recolhendo os nossos resíduos como “lixeiros”, porém, quem são os verdadeiros lixeiros? Semanticamente, o padeiro faz pão, o costureiro costura, o pedreiro constrói, o lixeiro faz lixo... Ou seja, precisamos redefinir  nosso verdadeiro papel nesta questão: os  “lixeiros somos nós” que, em nossa ânsia consumista,  geramos uma montanha de resíduos diariamente.  

“O Lixo não surge de qualquer modo, mas segundo nosso conhecimento, tem muito a ver com as formas de produção e os conteúdos da vida. Os gênios das vendas querem nos fazer crer que a felicidade  pode ser comprada. Quanto mais se tem mais feliz se é, dizem eles.”1 (pág. 100)

                Para revertermos este quadro diversas ações precisariam ser implantadas. Em primeiro lugar, uma mudança radical em nossa atitude perante os fatos.  Estamos acostumados, quase diariamente, a colocar os nossos resíduos na frente do portão e pronto, após alguns minutos, eles desaparecem e nós – os lixeiros – já podemos entrar em ação novamente! Não defendo a criação de um imposto sobre a quantidade de resíduo, porém a pessoa que produzisse menos resíduo deveria ser beneficiada. Como?
              Depois que presenciei um gari despencar de um caminhão de lixo em movimento e parar no hospital em estado grave, comecei a elaborar minha proposta: dentro do nosso carro somos obrigados a usar o cinto por questão de segurança e, se não o fizermos, somos multados. Como permitimos que homens trabalhem pendurados em caminhões, muitas vezes em alta velocidade, sem segurança alguma? Eventualmente, assistimos a algum programa esportivo irresponsável que, romanticamente, realça a capacidade física destas pessoas comparando-as a atletas; porém, na realidade, sabemos que é uma profissão de alto risco e que, geralmente, resulta em problemas físicos graves. Qual a solução?
            Parcialmente algumas propostas já estão surgindo. A aprovação do Plano Nacional de manejo de resíduos é um grande avanço principalmente com a criação da “logística inversa” que obriga as empresas a se responsabilizarem pelos resíduos que geram. A nova proposta de recolhimento em Porto Alegre se for estendida a toda cidade, será um grande avanço. Mas ainda tem como fator negativo o alto custo com a necessidade de privatização dos serviços,  incentivando a proliferação  de  máfias do lixo, que associam políticos corruptos e empresário gananciosos. A minha proposta é um meio termo, nos bairros, seria estruturados pontos de coleta, que funcionariam permanentemente e o cidadão  ficaria encarregados de levar os seus resíduos até esse local. Isto nos obrigaria a repensar nosso dia a dia, ou seja,  quanto menos resíduo, menos trabalho teríamos. Necessitaria uma grande desacomodação da nossa parte, pelo deslocamento até o ponto de descarte, mas realizando a separação de forma adequada e evitando o acúmulo de resíduos desnecessários  nossa tarefa seria em muito facilitada.  É claro que em alguns locais ainda haveria a coleta específica, porém, em relação aos resíduos domésticos, uma grande parte do problema estaria resolvido. 


RESÍDUOS DOMÉSTICOS



              Apesar de existirem diversos tipos de resíduos: industrial, agrícola, hospitalar, etc., segundo dados do DMLU 2, a maior parte dos resíduos coletados em nossa cidade ,cerca de 900 toneladas dia,são  resíduos produzidos em residências – na minha, na tua, na do teu vizinho . Para visualizarmos melhor o tamanho do problema, imagine 225 elefantes passando na sua frente todos os dias.  Desta forma não dá pra negar que somos diretamente responsáveis pela solução deste problema.
              Separar os resíduos é uma primeira etapa. Mesmo que no seu município não exista a coleta seletiva, isto vai facilitar o trabalho das pessoas que sobrevivem da coleta destes resíduos. A separação também é fundamental para que tenhamos uma noção mais exata da quantidade de resíduos inúteis que produzimos em pouco tempo.
        Os quatro “R” são uma boa estratégia para repensarmos o nosso dia a dia: Reduzir, Racionalizar, Reutilizar e Reciclar. Vejam que a reciclagem é a última etapa, e bem importante, porém, as  três primeiras são fundamentais. Já conhecemos aquele ditado que diz: “cidade limpa não é a que mais se varre, é aquela que menos se suja”, complementando, “cidadão consciente não é aquele que mais recicla, é aquele que menos produz resíduo”.

“Há uma grande diferença entre ocupar-se com a destinação final ou buscar reduzir o fluxo de materiais que foi ativado por nossa economia e que o sistema ecológico precisa resolver” 1 (pág100)

          Ao comprarmos um produto já precisamos ter em mente a quantidade de resíduo que o mesmo vai gerar e, assim, planejarmos as nossas compras da melhor forma possível.
           Opte por produtos sem embalagens, compre sua geléia na feira e leve seu pote de vidro. São hábitos antigos, porém, que resgatam as relações de confiança entre você e a pessoa que produz seus alimentos. Sacolas plásticas, nem pensar! Desta forma você estará racionalizando suas compras. Reutilizar é mais fácil ainda: vidros de conserva, acredite, podem ser transformados em porta retratos, por exemplo, basta criatividade; quando você não precisar mais de algo, dê para outra pessoa. Em alguns países o tempo de permanência de um eletrodoméstico em uso gira em torno de 06 meses; resíduos de computadores e celulares descartados são atualmente um dos grandes problemas ambientais. No âmbito legal precisamos exigir de nossos legisladores leis mais severas.
         Em países como a Alemanha desde 1986 os fabricantes são responsáveis por seus produtos e a reciclagem de resíduos quando houver; cerca de 80% dos veículos automotores velhos são reaproveitados, o mesmo vale para eletro-eletrônicos, pilhas e baterias.
           Separando nossos resíduos domésticos veremos que a maior parte são recicláveis: plástico, papel, vidro, etc.. Por outro lado, restos de frutas e verduras, erva de chimarrão, cascas de ovos, também compõem uma parte substancial, mas que pode ser resolvida simplesmente com a montagem de um minhocário ou de uma composteira. A grande maioria das casas, prédios e condomínios, deveriam  implantar um sistema simples como este. Quem não tivesse espaço para o minhocário poderia, como já citei antes, levar seu resíduo a um local adequado ou, quem sabe, para seu vizinho que tenha uma composteira!
          Legalmente, os novos projetos de construções já deveriam ser obrigados a incluir nos projetos espaços para minhocários ou composteiras. As escolas merecem um capítulo a parte, pois deveriam servir de exemplo de gestão de resíduos não produzindo nenhum descarte, porém, este tema fica para outra hora.


         

   
 Sugestões e Fontes de Consulta.



  • 1Resíduos: como lidar com recursos naturais./Organizadores Manuel Strauch, Paulo Peixoto de   Albuquerque – São Leopoldo: Ed Oikos, 2008
  • Pinto-Coelho, Ricardo Motta. Reciclagem e Desenvolvimento sustentável no Brasil.- Belo Horizonte: Recóleo Coleta e Reciclagem de Óleo, 2009.
  • 2Departamento de Educação Ambiental do DMLU Departamento Municipal de Limpeza Urbana da Cidade de Porto Alegre.
  • http://www.ecodesenvolvimento.org.br/voceecod/guia-da-compostagem-uma-solucao-para-o-lixo
  • http://www.maiscommenos.net/blog/2009/04/como-fazer-um-minhocario-domestico/

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

As baleias estão chegando!!!



“Quem nunca ouviu falar de Moby Dick, a grande baleia branca que, desde o dia em que arrancou um membro inferior do capitão “perna de pau“ passou a ser caçada nos sete mares por aquele obstinado comandante de uma baleeira?”[1](pag21)  Baseado em uma história real, no naufrágio do baleeiro Essex, que pode ser conferida no livro “No Coração do Mar“ de Nathaniel Philbrick,  da Companhia das Letras..... No filme, a baleia vence a batalha e leva o capitão para o fundo do mar, infelizmente na vida real o final foi diferente, milhões de baleias foram exterminadas e algumas espécies extintas. 
          Animei-me a escrever um pouco sobre o assunto, depois de contemplar mais uma vez o balé das baleias Franca, em frente à praia de Itapirubá/SC, praia que minha família frequenta a mais de 20 anos, porém, somente nos últimos anos este espetáculo vem se repetindo com mais frequência, felizmente! Não sou fotógrafo, além do mais, as baleias não fazem pose, então fica difícil fazer registros melhores, mas, acho que já dá para ter uma ideia. Quem estiver interessado em avistá-las, a temporada começa em junho e vai até novembro.
             Evidentemente, precisa um pouco de esforço, cada dia elas podem estar em um lugar diferente. Ligando para a sede do Projeto Baleia Franca, eles informam a localização exata de alguma baleia e aí, é correr atrás! Existem, ainda, agências que organizam grupos de observação embarcada, o que também é interessante.


             Vamos lá, tomei como referência um livro escrito por um pesquisador baiano, intitulado “Caçadores de Baleia”, que conta um pouco da história da caça a baleias em nosso litoral, desde a chegada dos portugueses até ser proibida, definitivamente, na década de 80. Acho importante conhecermos um pouco desta história para valorizarmos ainda mais os projetos de preservação deste magnífico mamífero marinho.
                  Esta atividade movimentou uma grande economia que, com altos e baixos, resistiu do império até a república, e foi um importante ciclo econômico que ficou desconhecido, diferentemente do Pau- Brasil, da Cana de Açúcar e do Café, dentre outros.
            A pesca da Baleia no Brasil começou cedo, a pirapuêma para os Tupinambás, que muito provavelmente já a caçavam, embora não haja registros históricos. Tudo começou “em agosto de 1602, o rei Felipe III autorizou dois estrangeiros, os biscainhos Pêro de Urecha e seu sócio Julião Miguel a caçarem baleias em costas brasileiras, pelo prazo de dez anos. Assim como o Pau–Brasil, logo a baleia foi considerada pela coroa um peixe real, e havia a necessidade de autorização para empreender a caça ao cetáceo no litoral da  colônia.”(pag33)
  
        As primeiras armações surgem na ilha de Itaparica, e de lá se espalham para todo o litoral do Brasil, para chegar em meados do século XVIII, às águas de Santa Catarina, que ficaria conhecida como área baleeira do Brasil meridional.

           Seu principal produto, o óleo derivado do toucinho, estava voltado para a exportação, porém da baleia nada era desperdiçado, apesar de no início a carne não ser valorizada e só ser destinada aos escravos. No mais, tudo era aproveitado, desde a confecção de espartilhos para senhoras, até na construção civil. Quem conhece o farol de Santa Marta em Laguna? Foi construído com argamassa de óleo de baleia!!  Infelizmente, até hoje ainda é muito valorizada na confecção de cosméticos e seus derivados e na tradição cultural de alguns povos, como Japoneses, Noruegueses, entre outros. Lembram da sopa de barbatana de tubarão? O  problema é  o  mesmo. No Japão acreditam que a carne de baleia é um poderoso afrodisíaco!!! E é um dos poucos países que ainda realiza a caça com fins “científicos”. Me engana que eu   gosto!

Os trabalhos nas armações eram, normalmente, realizados por escravos. “Há relatos que tratam de graves acidentes onde muitos sujeitos ficavam cegos por conta dos pingos ferventes de gordura que salpicavam dos tachos direto para seus olhos. Em outras oportunidades, tachos despencavam de andaimes ou das trempes, situadas acima das fornalhas e derramavam a gordura quente sobre os trabalhadores, acarretando queimaduras gravíssimas nestes indivíduos. (Pag 40)
Para termos uma idéia da devastação, somente uma empresa, a COPESBRA, uma empresa nipo-brasileira, criada em 1910, cuja sede está localizada na Paraíba, abateu em 75 anos de existência, nada menos que 22.000 baleias de todas as espécies, segundo dados da própria empresa. E foi na Paraíba o último local onde a caça continuou até sua proibição em 87.

Podendo medir cerca de 18 metros de comprimento e pesar mais de 60 toneladas, as Baleias Franca (Eubalaena Australis ), foram uma das espécies de baleia mais abundantes em águas brasileiras. Também eram chamadas de “baleias certas“ por serem a espécie mais fácil de matar. As baleias francas foram declaradas sob proteção de tratados internacionais desde 1935. O Brasil, entretanto, ignorou esta proibição e só em 1973 a última estação baleeira do sul do Brasil, em Imbituba, fechou suas portas. Em 1987 a caça à baleia foi proibida definitivamente por lei federal em todo o Brasil. Em 1995, reconhecendo a importância histórica, ecológica e turística da espécie, o Governo de Santa Catarina declarou a Baleia Franca como Monumento Natural do Estado. Em 2000 foi criada por Decreto Federal a APA (área de proteção ambiental da Baleia Franca), entre o sul de Florianópolis e o Balneário de Rincão.

Somos privilegiados por nossa localização mais ao sul do continente e, cada vez mais, podemos avistá-las, porque em Salvador, onde tudo começou, na baía de todos os santos, hoje já não são mais vistas.

Vale a pena uma visita sede do Projeto Baleia Franca, na praia de Itapirubá e, em Imbituba, na última armação de SC, hoje transformada em Museu da Baleia.  Maiores informações você encontra no site do Projeto.

É importante ressaltar que os tubarões são as baleias da vez, mais de 100 milhões são pescados por ano, pense nisso antes de fazer uma moqueca de cação!
Para saber mais:

·         Projeto Baleia Franca
Praia de Itapirubá – Imbituba
·         Assista no Animal Planet o programa WHALE WARS – DEFENSORES DE BALEIAS

·          Entre no site http://seashepherd.org.br/baleias/

·          para saber mais sobre a situação dos tubarões www.facebook.com/diversforsharks
·         Para se divertir um pouco acesse o vídeo do Roberto Carlos cantando....





[1] Castellucci Junior, Wellington. Caçadores de Baleia – São Paulo: Ed. ANNABLUME, 2009.